4º B


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A Aventura de Conchel – a sereia/gansa


No País dos Sete Arco-Íris tudo era colorido e cheirava a bolos. Este país ficava na Atlântida, no fundo do Oceano Atlântico. Lá vivia a princesa Conchel, filha do rei Martílio e da rainha Estrelítica. Conchel tinha longos cabelos de algas verdes, olhos azuis marinhos que pareciam duas pérolas brilhantes, pele clara como a areia suave e escamas cor de rubi com reflexos prateados.
Um dia, a princesa estava a nadar nos jardins do Castelo dos Sete Arco-Íris quando viu uma coruja (a Coruja de Olhos de Fogo) no meio dos corais. Aproximou-se e exclamou:
- Que coruja tão linda!!!
- Aproxima-te, linda sereia. Olha bem para os meus olhos... - piou a coruja.
Conchel olhou bem para os olhos da coruja e reparou que eram da cor do fogo.
- FISSSTTT! - fez a coruja quando olhou  para ela.
Nesse momento a Princesa-Sereia transformou-se numa Gansa de Pêlo Azul.
- QUÁ, q...u...á, q...u...á, q...u...á!... - grasnou a Gansa (ex-Princesa).
A coruja abriu os olhos e -a rir-se de malvada- falou:
- Tu ficaste assim, porque odeio o teu pai!... Ah, ah, ah, ah! Ah, ah, ah, ah, ah!... E só voltarás a ser Sereia-Princesa quando encontrares a outra parte da chave que abre o portão da Cidade Encantada. Essa chave encontra-se no fundo da Lagoa das Sete Cidades. Um lugar que eu conheço muito bem e que é muito misterioso e... perigoso!!! Ah, ah, ah, ah! Ah, ah, ah, ah! Ah, ah, ah, ah!...
A Gansa de Pêlo Azul (aliás, Conchel, a Princesa-Sereia), amargurada e aflita, foi ter com os pais para lhes explicar o que lhe tinha acontecido, mas eles, cheios de medo e de dúvidas, expulsaram-na logo do seu Castelo, porque pensaram que aquela Gansa era estranha e mentirosa.
Conchel, angustiada e desesperada, despediu-se a chorar do (seu) Palácio e foi embora procurar a sua salvação na... Lagoa das Sete Cidades. Que fazer!?!? Pensou, pensou, pensou e de tanto pensar lembrou-se das Algas. Porquê? Simplesmente, porque elas eram fiéis amigas e muito inteligentes e -coisa muito importante!- nunca faltavam nas horas de maior aperto. E a conversa desenrolou-se assim:
- Olá, queridas Algas! Eu preciso da vossa ajuda. - disse a Gansa.
- Olá, Princesa Conchel, estás tão diferente!... O que (te) aconteceu? - perguntaram as Algas muito admiradas.
- Foi a Coruja de Olhos de Fogo que me transformou em Gansa, porque disse que detestava o meu pai. Já viram a minha pouca sorte? - explicou a Princesa.
- Coitadinha, que pena! E o que nos queres? - perguntaram as Algas.
- Queria que me ajudassem a encontrar a Lagoa das Sete Cidades.
- Nós não sabemos, mas podes perguntar aos Golfinhos que são muito viajantes e de certeza que devem saber alguma coisa.
- Obrigada, senhoras Algas, vou procurá-los. - agradeceu a Gansa, já com um sorriso tímido nos lábios.
Ela nadou até à superfície, deitou a cabeça de fora da água e olhou à sua volta procurando os Golfinhos. Viu-os a brincar, ao longe e aos saltos à beira de umas rochas. Energicamente, começou a gritar e a chapinhar na água, com as suas longas asas. Lá ao longe, os Golfinhos aperceberam-se e dois vieram logo ter com ela.
- Olá, Gansa! O que é que se passa contigo, para estares a fazer tanto barulho? - perguntou o Golfinho maior.
- As Algas disseram-me que vocês faziam longas viagens, por isso devem saber onde fica a Lagoa das Sete Cidades. - explicou Conchel.
- Vieste ter ao sítio certo. Eu sou o chefe máximo destes Golfinhos e chamo-me Revelhão. Esta é a minha filha, a Ribeirinha. - falou o líder.
- Eu sou muito tímida, mas sei onde fica essa Lagoa e posso guiar-te até à Praia Mágica. Lá tenho uma grande amiga que também te pode ajudar. - gaguejou um pouco a Ribeirinha.
- Obrigada, muito obrigada. És muito atenciosa, amorosa e simpática. - agradeceu a linda Gansa.
- Vamos levar-te lá agora, se quiseres! A Ribeirinha vai a nadar e tu, Gansa, vais a voar! - ordenou o Revelhão, que tinha fama de mandão.
E assim foi, a Golfinha Ribeirinha nadava, enquanto a Gansa de Pêlo Azul a seguia, atenta, a voar. Ao final do dia, avistaram uma praia ao longe. A Ribeirinha parou e disse à Gansa:
- Está ali a Praia Mágica. Estamos quase a chegar!...
Continuaram a sua viagem, até que por fim chegaram. Era já noite e, no céu, a Lua Cheia brilhava espalhando um luar extremamente cintilante e aparentemente pacífico.
- Bem, deixo-te aqui! Agora escuta com atenção as minhas indicações, porque elas são preciosas para ti e assim já não consegues perder-te. A barraca da minha amiga Chiuaua Clarisse fica logo atrás daquele monte mais pequeno, ali do lado direito, estás a ver? - explicou a Ribeirinha.
- Sim, sim, mas... - tentava continuar Conchel.
- Não precisas de fazer muitas perguntas. Tem calma, não te preocupes, porque tudo correrá bem!... A sério, é só estares tranquila e não te enganarás. Ao chegares, dizes que vais da minha parte e tenho a certeza absoluta que aí a Clarisse abre-te logo o coração. Acredita!... Bem, tenho de ir, linda Princesa Gansa. Boa sorte! Adeus! - disse a Ribeirinha.
- Princesa Gansa?!? Huuum, estranho, muito estranho! Como é que ela sabe a minha história, se eu não lhe contei nada? - pensou por uns instantes a Princesa-Sereia... Conchel sentiu-se por uns momentos sozinha, abandonada e terrivelmente triste. Apeteceu-lhe chorar, gritar alto pelo pai e pela mãe e chamar nomes feios ao Mundo inteiro, mas... controlou-se, escondeu a dor, secou os medos, ganhou novamente asas e voou.
Ao chegar junto da Chiuaua Clarisse, esta primeiro estranhou aquele encontro (principalmente àquela hora), mas depois entranhou tudo aquilo quando a Conchel disse que vinha da parte da Ribeirinha. Aí, os seus olhos tranquilizaram e a confiança voltou. Conchel explicou-lhe então as várias peripécias da sua estória, ao que vinha e o desespero que sentia por se sentir diferente, vendo-se naquela humilhante condição. Chiuaua disse-lhe que só a largaria quando a sentisse novamente feliz e quando ouviu isto, a Princesa-Sereia derreteu-se a chorar. Depois daquele compreensivo desabafo nervoso, combinaram ir no dia seguinte ao local desejado e procurado há muito tempo por Conchel. E assim aconteceu!...
No dia seguinte, depois de terem tomado um bom e energético pequeno-almoço, Conchel e Chiuaua puseram-se a caminho por montes, planícies, planaltos e vales. Depois de terem calcorreado umas centenas largas de metros, Chiuaua confidenciou a Conchel:
- Conchel, nos momentos mais importantes, complicados ou de maior perigo na minha vida, preciso de ir sempre visitar o meu fiel amigo Ramo Encantado (que nunca me falha nos momentos de maior aflição), para lhe pedir apoio espiritual, proteção divina e conselhos sábios.
- Está bem, então! Não te preocupes, eu compreendo!... - respondeu Conchel.
Chegados ao sítio do Ramo Encantado, este primeiro fez-lhes uma festa, principalmente à amiga Clarisse, que já não via há imenso tempo (desde o célebre casamento da sua prima Oliveira Marta), depois vaticinou com voz cuidadosa e grave:
- Clarisse, Clarisse, vejo nuvens negras no ar! - exclamou o Ramo Encantado.
- Olá, Ramo. Mas..., que é que se passa? Eu ainda não te contei nada ou ao que vinha e tu já estás para aí preocupado e a inventar problemas!? - continuou, admirada, a Chiuaua Clarisse.
- Pois, mas esta má energia pressente-se ao longe e é contagiante. - continuou o Ramo. Depois, basta olhar para o ar cansado e de preocupação da tua amiga, para prevermos problemas imediatos para ti e para essa linda Gansa.
- Eu, eu!?... Para mim, para mim!?... Porquê? Porquê? - gaguejava a aterrorizada Conchel.
- Calma, calma!... - respondeu o Ramo. A situação é complicada e vai haver peripécias desagradáveis, mas isto não é o fim do Mundo e há solução para este lamentável episódio. Em primeiro lugar, Clarisse, para te dar sorte vais levar contigo este ramo minúsculo de cerejeira (que significa desejo de sucesso), este cartão ilustrado (para te dar força no fundo da Lagoa) e este perfume de limão (para supervisionar todos os teus passos).
- Mas, Ramo, repito-te: ainda não te expliquei o que se está a passar ou por que razão decidi vir até aqui. - disse a Clarisse.
- Não precisas, porque a voz das vossas caras já falou bem por vós! - respondeu o Ramo com gravidade e altivez e armado em poeta. Podeis ir, porque uma longa e desgastante jornada vos espera e porque agora estais mais seguros.
- Está bem, então, Ramo. Desisto... - disse Chiuaua (fazendo ao mesmo tempo um gesto discreto a Conchel, como que a dizer que ele era meio tolinho). Já deu para verificar que as tuas teimosia e determinação continuam como dantes.
- Só mais uma coisa: antes de chegarem à Lagoa vão sentir muitas privações e passar por muitos perigos. Por exemplo, daqui a uns metro irão encontrar um campo estrategicamente minado e cheio de catos, que procurará parar-vos, fazer-vos voltar para trás e impedir assim o êxito da vossa missão. Não desistam, por favor! Por isso, tomem cuidado!... Depois, mais à frente, encontrareis o Mago Rapado (que é um grande amigo meu) que vos dará novas e seguras pistas. Ele é um bocado brincalhão, distraído, mentiroso e resmungão, mas não é má pessoa, gosta é de gozar com as pessoas e de fazer muito teatro, para poder ser aplaudido por toda a gente. - concluiu o Ramo.
- Muito, muito, muito obrigada, Ramo! Nem sabemos como havemos de agradecer-te. A sério, Ramo, és fantástico e solidário! Não esqueceremos isso!... Sem ti estaríamos perdidas. - respondeu comovida a Clarisse (mas também já a começar a ficar muito impaciente e irrequieta).
- Ah, só mais uma coisa (aqui, a Chiuaua e a Gansa trocaram um leve olhar de enfado e de complacência), e com esta termino mesmo (percebendo o gesto das duas)!!!! - advertiu o Ramo. Ao lado da Lagoa há uma gruta escura e desabitada, mas que quando é vista com mais atenção, consegue apreciar-se lá no seu fundo, fundinho, um Dragão pachorrento, verde, feio e muito rugoso. E o que vocês não sabem é que ele durante o dia dorme, mas à noite, enquanto as pessoas passam tranquilamente pelas brasas, ele sai do buraco e vai à procura de comida: montes e montes de gansinhos para comer e lambuzar!!!...
Ao ouvir isto, claro, a sensível Gansa começou a vomitar de medo, assustando-se logo ao imaginar aquele bicho cruel, malvado e rançoso a tentar fazer-lhe mal. Por isso ficou de pé atrás, quis desistir e pediu para ir embora depressa para casa...
- Tem calma, Gansa, isto é só filme do Ramo! - pediu Clarisse. Como sabes, ele gosta destas cenas para se promover. (E virando-se para ele) Mais uma vez, muito obrigada, Ramo! A conversa está muito animada; o ambiente está ardente; és muito atencioso e gentil, mas... temos de partir, porque faz-se tarde e porque o dia vai ser longo e cheio.
E assim foi... Ao caminharem mais uns quilómetros, viram o Mago Rapado (rapado, se calhar porque era careca como um bebé sem pêlo), que era um aldrabão de feira, que estava ali só para chateá-las e atormentá-las e que por isso fingiu que as recebeu muito bem e que lhes explicou que tinha recebido uma mensagem telepaticamente urgente vinda do Ramo Encantado, a explicar-lhe todos os pormenores da história e a pedir-lhe para tornar prioritário aquele caso que envolvia pessoas amigas vindas de longe. A seguir, o Mago Rapado explicou-lhes mais pormenores, “que poderiam solucionar aquela missão na perfeição” (dizia ele!). Contou-lhes que iriam atravessar o Jardim da Coruja Olhos de Fogo (que também tinha propriedades nos Açores) e que aquele era um campo especial, florido e bem cheiroso (mas que afinal era o estratégico e perigoso campo minado e cheio de catos, que servia para amedrontar as pessoas, para procurar pará-las e para fazê-las voltar para trás; como, aliás, lhes tinha já explicado o Ramo...). Depois contou-lhes que lá no meio iriam ser contactadas por uma pessoa (da confiança da Coruja!...) que dizia que sabia onde estava a chave. Pediu-lhes para a ouvirem com atenção e para fazerem tudo aquilo que ela dissesse e pedisse, porque ela era muito simples e verdadeira e porque nunca estaria enfeitiçada pela rancorosa e má Coruja para as prejudicar.
- “´Tá bem, abelha, nós acreditamos nisso!” - pensaram logo, céticas, a Conchel e a Clarisse...
- Desculpem querer ajudar assim, sem pedir nada em troca!... Acreditem, já não há pessoas atenciosas como eu no Mundo e é verdade tudo aquilo que estou a dizer-vos. É que eu sou muito bonzinho, gosto de ajudar as pessoas que mais necessitam e depois eu tenho o coração à beira da boca..., tenho pena e... emociono-me facilmente. - comentou o Mago Rapado.
- Não te esqueças de uma pista fundamental que nos deixou o Ramo: o Mago é mentiroso! - segredou Conchel à Clarisse. Por isso, atenção e olho vivo! E não ligues muito ao que ele diz...
E o Rapado continuava, como um disco riscado, como uma cassete estragada e sem vontade de se calar de vez, explicando-lhes que uma parte da chave verdadeira não se encontrava no tal SPA, situado mesmo ao lado da célebre Lagoa (outra mentira) e que esta estava situada a uns pares de metros do local onde se encontravam. Por fim disse-lhes mais uma verdade (que ao descerem para o fundo da Lagoa iriam ser guiados pelo rosáceo Crocodilo Pinóquio) e mais uma mentira (que era muito amigo delas e que só estava ali para ajudar).
- Está bem, Rapado - disse a Chiuaua, logicamente que nós acreditamos em ti (e piscou o olho à Conchel) e que vamos seguir à risca todas as tuas recomendações. Adeus!...
E lá foram elas, com a Lagoa já quase à vista. E iam tão entretidas a conversar sobre todas aquelas peripécias que já tinham vivido naquele dia mágico, que nem se deram conta que um Cão de Fila açoriano se dirigia apressadamente na sua direção. Era musculado, de pêlo curto e de cor cinza, tinha os olhos expressivos e parecia sério e triste.
- Olá, donzelas! Bem-vindas ao meu território. Sintam-se como em vossa casa! O meu nome é Au-Au e sou desde já um vosso criado.
As duas olharam uma para a outra, pasmadas com tanta educação e gentileza no trato, que não eram normais.
- O-O-Olá, Au-Au! Eu sou a Clarisse e esta aqui é a minha querida amiga Conchel! Andamos à procura da Lagoa das Sete Cidades. Podes ajudar-nos? - disse Chiuaua a medo.
- Ora, foi precisamente por isso que vim ter com vocês. É que, sabem, esta terra é pequena, toda a gente se conhece e as notícias circulam depressa. Por isso, quando de manhã soube que andavam por aqui duas forasteiras à procura de uma chave, resolvi perder a vergonha e gritar por liberdade. Isto é, a partir de hoje, deste momento, aquela Coruja malvada nunca mais me dá ordens, nem me faz mais mal. E, acreditem, ela quer prejudicar-vos muito!... - explicou o Au-Au.
- Adoramos ouvir-te, Au-Au! És muito simpático e falas muito bem. Continua, continua, continua a tua história!... - pediu Conchel.
E ele continuou... E disse-lhes que a Coruja o incumbiu de lhes fazer mal e de lhes trocar as voltas e de mandá-las maltratadas de volta a casa. E disse-lhes que num primeiro momento aceitou aquilo tudo por dinheiro e porque naquela altura estava desempregado, mas que depois sentiu pena e remorsos e desistiu daquela missão. E disse-lhes que a Coruja, ao saber daquilo, mandou o terrível Crocodilo Pinóquio atrás dele, para o fazer desaparecer, mas que ele conseguiu fugir a tempo. E disse-lhes que a chave da Coruja -que elas tanto procuram há tanto tempo para quebrar o feitiço da Princesa-Sereia- está dividida em duas partes e que uma delas encaixa perfeitamente na outra e que basta encontrá-las e juntá-las. E disse-lhes que uma das partes está efetivamente no SPA (e naquele momento apontou para o edifício, porque estavam precisamente à frente dele), à guarda do irmão gémeo do Crocodilo Pinóquio (que é Segurança no SPA, que é Cinturão Negro de Karate, mas que é uma pessoa que gosta de ajudar qualquer Ser Humano em dificuldades) e que a outra parte está no fundo da Lagoa das Sete Cidades (e apontou para o lado esquerdo, mesmo a um passo do sítio onde estavam), à guarda do outro terrível e malvado gémeo Crocodilo, que tinha os dentes mais afiados da Terra inteira.
- Uau, Au-Au! Que história fantástica nos contaste! - exclamou a Clarisse...

As duas amigas foram ter com o Crocodilo Pinóquio que estava a guardar o SPA e perguntaram-lhe se ele sabia onde estava escondida a metade da chave que abria o portão da cidade   encantada.
Ele disse-lhes que não sabia mas deixou-as entrar para elas procurarem.   
Procuraram, procuraram e procuraram mas não encontraram. Estafadas, desanimadas e cheias de sede foram ao bar e cada uma pediu um sumo. A gansa ao deitar o sumo dentro do copo ouviu singular ruído: “timtrelim”…
- Que foi isto???!!!... – exclamou a gansa.
Levantaram os copos e viram a metade da chave no fundo do copo da gansa/princesa. Conchel enfiou o bico dentro do copo e tirou a metade da chave. Rapidamente as duas saíram do SPA e foram para a Lagoa.
Quando lá chegaram deram de cara com o irmão gémeo do Crocodilo Pinóquio do SPA mas este era malvado e rude por isso não as deixou passar. Com muita raiva e furioso atacou-as.
A gansa lembrou-se do cartão que o Ramo Encantado lhe tinha dado. Pegou no cartão, apertou-o com as asas e, de repente, transformou-se numa SUPER GANSA.
Dirigiu-se para o Crocodilo Pinóquio, apertou-lhe o pescoço, pegou-lhe no rabo, rodou-o no ar cinquenta vezes e lançou-o para o meio do Oceano. Parecia um foguetão…
Clarisse gritava, saltava e batia as patas de contente. Já estava a anoitecer e a gansa lembrou-se do que o Ramo Encantado lhe disse sobre o dragão e como ainda não era noite podiam ir buscar a outra metade da chave.
Elas mergulharam até ao fundo da Lagoa mas não se via nada.
- Ó Gansa, tu não tinhas um perfume que dava super visão? – perguntou a Clarisse
- Pois tenho. – disse Conchel.
Então Conchel esticou a asa e disse a palavra mágica “Perfume”. Como por magia apareceu na ponta da asa o perfume encantado e elas vaporizaram-se com ele. Então, de repente, começaram a ver como se fosse dia. Repararam que em cima de uma pedra estava uma coisa cintilante, era uma ostra e lá dentro algo dourado brilhava.
Aproximaram-se da ostra e tentaram abri-la mas ela era muito dura então a gansa usou o seu cartão da super força. A gansa ficou forte e com o bico abriu a ostra e Clarisse com a pata tirou a metade da chave que faltava.
- Boa, já temos as duas metades e ½ + ½ faz a chave inteira. – disse a Clarisse.
Com as metades bem guardadas bateram as patas e saíram da Lagoa.
Já era noite, lá ao fundo estava o terrível dragão á procura de gansos para comer. As duas amigas tremeram de medo.
O dragão começou a abrir as narinas, levantou a cabeça e foi devagar atrás do cheiro conhecido de ganso. Enquanto caminhava deitava grandes labaredas de fogo pela bocarra e dizia:
- Nham-me-nham, vou comer gansinha assada.
A gansa pegou no cartão da super força e pediu à sua amiga chiuaua Clarisse para ir chamar o Crocodilo Pinóquio para vir ajudá-las.
E assim foi, enquanto Conchel lutava Clarisse corria e gritava:
- Pinóóóóóóquio… Pinóóóóóóquio… Anda-nos ajudar!!!!!!
O crocodilo ouvindo foi ter com ela. Clarisse disse:
-Anda, corre o dragão quer comer a gansa. Despacha-te.
Quando lá chegaram viram a gansa muito aflita e mesmo com a sua super força não conseguia derrotá-lo. Então o Pinóquio aplicou dois moaches (pontapés de Karaté) e o dragão voou até á lagoa e como não sabia nadar morreu afogado.
Elas agradeceram muito ao amigo crocodilo que se foi embora para o SPA.
Conchel pensou no desejo que o Ramo  Encantado lhe tinha dado. Pegou no ramo de cerejeira e pediu-lhe dois desejos. O primeiro foi que lhe unisse as duas metades da chave e o segundo que as transportasse para a frente do portão que abre a Cidade Encantada.
Como por magia viram-se em frente de um grande portão com as cores do arco-íris. De repente apareceu a coruja de olhos de fogo. A Conchel usou o cartão de força para lutar contra a coruja e matou-a.
A Conchel tentou abrir o portão com a chave mas esta estava um pouco enferrujada . Tiraram a chave e voltaram a pô-la. A tarefa estava difícil mas depois de varias tentativas conseguiram abrir o portão lindo mas antigo.
Deu um passo, entrou e viu uma luz que a transformou novamente em princesa-sereia. Conchel felicíssima fazia milhões de bolhinhas e abanava energeticamente a barbatana. Clarisse ficou espantada com a beleza da sua grande amiga, abanava a cauda e chorava de felicidade.
Quando acalmaram, viram no meio das algas umas orelhas bicudas. Afastaram as algas e surpresa… ali estava o Cão de Fila Au-Au e ao seu lado o belo príncipe Ocemar.
Conchel, apaixonada pelo Ocemar, abraçou-o enquanto Clarisse já estava aos beijinhos com o Au-Au…       
 E chegou a hora de voltar, pois não há mais nada para contar.

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